ATA DA
TRIGÉSIMA SEXTA SESSÃO SOLENE DA QUINTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA NONA
LEGISLATURA, EM 13.10.1987.
Aos treze
dias do mês de outubro do ano de mil novecentos e oitenta e sete reuniu-se, na
Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre,
em sua Trigésima Sexta Sessão Solene da Quinta Sessão Legislativa Ordinária da
Nona Legislatura, destinada a homenagear os cinqüenta anos do Sindicato dos
Lojistas do Comércio de Porto Alegre. Às dezesseis horas e quarenta e três minutos,
constatada a existência de “quorum”, o Sr. Presidente declarou abertos os
trabalhos e convidou os Líderes de Bancada a conduzirem ao Plenário as
autoridades e personalidades presentes. Compuseram a Mesa: Ver. Brochado da
Rocha, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; Dr. Alceu Collares,
Prefeito Municipal de Porto Alegre; Sr. Henrique Guerchmann, Presidente do
Sindicato dos Lojistas do Comércio de Porto Alegre; Sr. Daiçon Maciel da Silva,
representando o Secretário da Indústria e Comércio do Estado do Rio Grande do
Sul, Dr. Gilberto Mosmann; Sr. Alberto Sehbe Simon, Presidente da Federação dos
Clubes de Diretores Lojistas do Rio Grande do Sul; Sr. Anuar Jaquer Jorge,
Vice-Presidente da Fecomércio; Cel. PM Paixão Carneiro Martins, representando o
Comando-Geral da Brigada Militar, Cel. PM Jerônimo Braga; Ver. Cleom
Guatimozim; Ver. Artur Zanella, proponente da Sessão e, na ocasião, Secretário
“ad hoc”. A seguir, o Sr. Presidente concedeu a palavra aos Vereadores que
falariam em nome da Casa. O Ver. Artur Zanella, em nome da Bancada do PFL,
disse que mais importante que comemorar os cinqüenta anos do Sindicato dos
Lojistas do Comércio de Porto Alegre é enfatizar a importância dessa Entidade
pelo seu significado dentro do contexto econômico de nossa Cidade, inclusive
como órgão gerador de empregos. Analisou a crise atualmente enfrentada pela
iniciativa privada, em face da inexistência de uma legislação estável no País,
solidarizando-se com os empresários da área e dizendo que os mesmos poderão contar
sempre com o apoio desta Casa para a busca de soluções que beneficiem o
comércio porto-alegrense. O Ver. Mano José, em nome da Bancada do PDS, comentou
o seu convívio com o Sindicato dos Lojistas do Comércio de Porto Alegre,
durante os quatro anos em que esteve à frente da Secretaria Municipal de
Indústria e Comércio, quando teve a oportunidade de constatar a preocupação
daqueles que dirigem o comércio de Porto Alegre com a nossa comunidade. Disse
que tinha que dar testemunho da lisura com que são tratados os problemas do
comércio. Congratulou-se com o Sr. Henrique Guerchmann e com o Sindicato dos
Lojistas do Comércio de Porto Alegre pela passagem de seus cinqüenta anos.
Comentou voto favorável que deu ao Projeto de Lei de autoria da Verª. Teresinha
Irigaray, que regularizava a abertura do comércio aos sábados em Porto Alegre.
O Ver. Jorge Goularte, em nome da Bancada do PL solidarizou-se com os
empresários da indústria e comércio de todo o País, pela luta que vêm
empreendendo contra a estabilidade precoce no emprego, a qual está para ser
votada na Comissão de Sistematização da Assembléia Nacional Constituinte. Leu
comentários veiculados na imprensa, de autoria dos Senhores Henrique Guerchmann
e César Rogério Valente sobre os malefícios dessa estabilidade precoce. Disse
ter sido contrário ao Projeto de Lei de autoria da Verª. Teresinha Irigaray,
que regulariza a abertura do comércio aos sábados em Porto Alegre. Falou sobre
o Projeto de Lei de sua autoria, em tramitação na Casa, que permite a livre
escolha pelos comerciantes de seu horário de funcionamento, deixando assim essa
decisão para a responsabilidade da iniciativa privada. O Ver. Brochado da
Rocha, em nome da Bancada do PDT saudou os representantes do Sindicato dos
Lojistas do Comércio de Porto Alegre, analisando a atividade empreendida por
S.Sas. como representantes do processo terminal da atividade econômica. Teceu
comentários acerca do quadro político e econômico instável hoje vigente,
enfatizando estar a legislação trabalhista sofrendo um processo de retrocesso e
analisando os reflexos dessa situação sobre o setor comercial brasileiro. E o
Ver. Flávio Coulon, em nome da Bancada do PMDB, dizendo ser descendente de
pessoas ligadas ao comércio, salientou sua alegria por saudar o transcurso dos
cinqüenta anos do Sindicato dos Lojistas do Comércio de Porto Alegre. Criticou
a atuação do Presidente José Sarney à frente do Governo Federal, destacando ter
sua administração prejudicado enormemente a área comercial, através de uma
interferência excessiva dentro da iniciativa privada, o que cria um clima de
instabilidade inadequado para o desenvolvimento do comércio no País. Discorreu
sobre os trabalhos da Assembléia Nacional Constituinte no que se refere à
legislação relativa ao setor comercial brasileiro. A seguir, o Sr. Presidente
concedeu a palavra ao Sr. Henrique Guerchmann que, em nome do Sindicato dos
Lojistas do Comércio de Porto Alegre, agradeceu a homenagem prestada pela Casa.
Em continuidade, o Sr. Presidente registrou a presença, no Plenário, do ex-Vereador
Reginaldo Pujol, fez pronunciamento relativo à solenidade, convidou as
autoridades e personalidades presentes a passarem à Sala da Presidência e, nada
mais havendo a tratar, levantou os trabalhos às dezessete horas e quarenta e
oito minutos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de
amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores
Brochado da Rocha e Cleom Guatimozim, o último nos termos do art. 11, § 3º do
Regimento Interno, e secretariado pelo Ver. Artur Zanella, Secretário “ad hoc”.
Do que eu, Artur Zanella, Secretário “as hoc”, determinei fosse lavrada a
presente Ata que, após lida e aprovada, será assinada pelos Senhores Presidente
e 2º Secretário.
O SR. PRESIDENTE (Brochado
da Rocha): Anuncio
que falarão em nome das respectivas Bancadas os Vereadores Artur Zanella, Mano
José, Jorge Goularte e Flávio Coulon.
Com a palavra, o Ver. Artur Zanella, em nome da Bancada do PFL, com
assento nesta Casa.
O SR. ARTUR ZANELLA: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, demais autoridades, Senhoras e Senhores, ao completarem-se
cinqüenta anos do Sindicato dos Lojistas, mais do que uma festa, me parece que
é necessário que se enfatize a importância deste segmento com suas cerca de
sete mil lojas para o contexto econômico do Estado do Rio Grande do Sul. E,
mais do que uma festa, repito, creio que este é um momento de reflexão, desde
que André Serrano, há cinqüenta anos atrás, foi o primeiro Presidente deste
Sindicato, eu creio que nunca os Senhores lojistas enfrentaram uma situação
como esta de agora. É uma classe empresarial que não têm isenções e em
incentivos fiscais, que, de um momento para outro, fruto dos desencontros do
chamado Plano Cruzado, se tornaram quase como os bodes expiatórios de uma
situação que não foi criada pelos Senhores que são a ponta final do segmento
econômico; que, de uma hora para outra, os lojistas que sempre foram aquela
classe repassadora de mercadorias, repassadora de custos, de um hora para
outra, dentro de uma Constituição que se prepara, enfrentam problemas para os
quais inexistem soluções dentro do contexto vigente; que, de uma hora para
outra, dentro de uma estrutura econômica estratificada vê a possibilidade de
coexistência de um Fundo de Garantia por Tempo de Serviço e a estabilidade, de
uma hora para outra são citados, e a maioria dos Vereadores também, como
inimigos da classe trabalhadora, porque defendem, por exemplo, o livre comércio
principalmente naqueles horários tradicionais do povo, sábado à tarde, quando a
população compra os produtos indispensáveis. Neste momento, junto com alguns
Vereadores, são apresentados como inimigos da classe trabalhadora. Hoje, em
discurso mais ou menos preparado, quero destacar a importância que o comércio
lojista representa para o desenvolvimento econômico e social da nossa Cidade,
oportunizando milhares de empregos. A importância deveria ser salientada da
organização comunitária empresarial do comércio lojista, através do sindicato
lojista e sua atividade social de atendimento aos seus milhares de sócios que abrange
não só as grandes, mas as médias e pequenas empresas. Outro elemento
significativo: o sindicato tem oportunizado a atualização dos empresários,
agrupando-os para debates de temas nacionais, regionais e que tanto afetam o
desenvolvimento das empresas. Tudo isto que falo em nome do PFL preconiza
exatamente a livre iniciativa, se curva ante esta realidade que enfrentamos
neste momento que é a inexistência de parâmetros, de legislação estável -
lembra-me o Ver. Aranha Filho, que se anuncia uma redução da jornada de
trabalho sem contrapartida nenhuma em termos de absorção desses custos.
Então, hoje, na presença das mais altas autoridades do setor lojista,
da mais alta autoridade do Município, que é o Prefeito Alceu Collares, o
representante do Governo do Estado, eu creio que infelizmente mais importante
que a comemoração de 50 anos deste Sindicato que sempre procurou pautar a sua
atuação em defesa da classe lojista, nós temos que nos questionar para onde nós
estamos sendo levados, para onde a classe média e a classe pobre deste País
irá, fruto desta pletora de legislação e leis que, a pretexto de defesa de
alguns segmentos, afunda cada vez mais estes próprios segmentos da economia da
Nação. Este, meus senhores e minhas senhoras, é o tema central deste modesto
discurso na oportunidade em que nós comemoramos os 50 anos do Sindicato dos
Lojistas.
Evidentemente que nós, também, a nossa Bancada, não trazemos empacotada
nenhuma solução. Nós defendemos as soluções dos nossos representantes que
também lá estão divididos, como dividida está a sociedade brasileira.
O que nós queremos, hoje, é somente dizer aos senhores e às senhoras
que nós estamos juntos com a iniciativa privada, nós estamos juntos com os
senhores e esperamos que este poder, vamos dizer, assim, até moderador, desta
classe, tem e terá sempre o apoio da maioria dos Vereadores desta Casa. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. Mano
José. S. Ex.ª falará em nome da Bancada do PDS com assento nesta Casa.
O SR. MANO JOSÉ: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, Senhoras e Senhores, não pretendia eu falar na tarde de hoje, mas
não pude me furtar de vir a esta tribuna para, em rápidas palavras, testemunhar
o convívio que tive com o Sindicato dos Lojistas do Comércio de Porto Alegre,
nos quatro anos em que dirigi a Secretaria Municipal da Indústria e do
Comércio. Com este convívio, pude constatar e pude entender que os homens do
comércio, que os homens que dirigem as entidades do comércio de Porto Alegre,
são preocupados, em primeiro lugar, - e parece estranho isto - não com o seu
lucro, não com a sua atividade, mas com a sociedade porto-alegrense. Por isto,
eu tenho que dar o testemunho da lisura, da forma com que trataram os problemas
atinentes ao comércio de Porto Alegre junto à nossa Secretaria. Foi a forma
mais cortês, mais elevada e mais digna com que uma pessoa pode tratar os
problemas de uma classe toda. Por isto, em nome do PDS, da Liderança do meu
Partido, do Ver. Hermes Dutra e do Ver. Rafael Santos, vim aqui para
testemunhar, como ex-Titular da SMIC e como membro da minha Bancada, a atuação
destes homens.
Quero dizer a V. Sa., caríssimo Presidente Henrique Guerchmann, e a
toda sua Diretoria, que a Bancada do PDS louva a forma como V. Sa. dirige o
Sindicato do Comércio em Porto Alegre, que a Bancada do PDS espera que, como
seguidor de Antonio Gonçalves Bastos considerando-o o pai do Sindicato, embora
não tenha sido, pelo que eu saiba, seu presidente, V. Sa., há de continuar a
pautar a atividade do Sindicato voltado para o social de nossa Cidade porque
nós também somos testemunhas da participação do comércio em todos momentos
sociais de Porto Alegre. Só isto justificaria realmente a Sessão Solene
requerida pelo nobre Ver. Artur Zanella. Sindicato do Comércio que nasceu
devido a um problema, problema de impostos que já lá por 1937 o imposto sobre
vendas mercantis fez com que uma plêiade de homens do comércio se reunissem e
fundassem o Sindicato. De lá para cá vem S.S., seus companheiros, e
ex-presidentes naquela luta, de um lado, trabalhar, lutar para que os impostos
não subam como têm subido ultimamente. De outro, a classe dos trabalhadores,
que pressionam os lojistas de Porto Alegre. É evidente que estão no seu
direito, enquanto os senhores lutam pelos seus. Há pouco tivemos nesta Casa o
Projeto de Lei que instituía na Cidade de Porto Alegre o sábado inglês, que nós
queremos neste momento dizer que sempre estivemos posicionados contra o sábado
inglês e no mês de fevereiro, quando encontrei o meu caríssimo amigo Cláudio
Dantas na Praia do Imbé, eu lhe dizia: contem com o meu voto. Não sou contra o
comerciário, mas entendo que a iniciativa privada deve ter a liberdade de
fazer, trabalhar, progredir e dar oportunidade a que mais pessoas possam estar
empregadas e ganhar o seu dinheiro. Falo em nome do PDS, mas, neste instante,
quero dar uma palavra em meu nome pessoal, porque a votação do Sábado Inglês,
da Bancada do PDS, não houve questão fechada, foi voto aberto, cada um votou de
acordo com a sua consciência, e eu votei de acordo com a minha consciência, sem
dar procuração a ninguém para tratar qualquer tipo de assunto com quem quer que
seja, em meu nome. Este testemunho quero dar aqui, pela lisura com que os
senhores da Direção do Sindicato, da Direção do Clube dos Diretores Lojistas,
da Federação, sempre trataram este Vereador como pessoa e como Vereador da
Cidade.
Quero dar testemunho neste momento e agora, não em meu nome pessoal,
mas em nome do PDS quero lhes dizer que desejamos muita sorte, muita felicidade
pessoal ao Presidente e aos membros da sua Diretoria e aos seus associados,
nesta data em que se comemora os 50 anos de um Sindicato que tem prestado bons
serviços à classe e melhores serviços ainda, no nosso entendimento, à população
e à sociedade porto-alegrense. Sejam muito felizes, meus amigos do Sindicato do
Comércio e Diretores Lojistas. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. Jorge
Goularte, que falará em nome do PL.
O SR. JORGE GOULARTE: Sr. Presidente, Srs. Vereadores,
minhas Senhoras, meus Senhores, nesta homenagem que se presta ao Sindicato
Lojista aproveito a oportunidade para apresentar oficialmente, em nome do meu
Partido, o PL, e em meu nome pessoal, a solidariedade incondicional pela luta
que vêm fazendo os lojistas de todo o País, e os empresários de todo o País, da
Indústria e do Comércio, contra a absurda proposta de estabilidade precoce que
está para ser votada na Comissão de Sistematização da Assembléia Nacional
Constituinte. Seus empresários da indústria e do comércio, em todo o País,
estão contra a estabilidade no emprego que está em discussão na Comissão de
Sistematização, e também o meu Partido que representa a livre iniciativa, que
defende a livre iniciativa e esse Vereador que entende ser a livre iniciativa a
solução porque nós vivemos num regime capitalista e temos que seguir um sistema
capitalista. Não se pode modificar, querendo passar para socialista um sistema
dentro do regime capitalista. E ao que se sabe, até mesmo na Rússia, hoje, se está
dando ênfase à livre iniciativa porque viram que não há outra saída.
Mas eu queria trazer para os Anais desta Casa as impressões de alguns
empresários. Li hoje e achei de alta relevância - e por isso trago aqui - as
palavras do Sr. Henrique Guerchmann que disse: “Haverá dificuldades na área de
emprego. Poderá haver além do desemprego uma rígida seleção para a admissão de
funcionários e o fundo de garantia é que deveria ser a solução do problema”. O
presidente da Federação dos Lojistas, meu querido amigo Alberto Sehbe Simon,
enfatiza: “o que precisa é a não interferência do Governo na iniciativa
privada”. Isso quer dizer, se o governo não atrapalhar já está ajudando. E digo
eu, não palavra do Sr. Alberto Sehbe Simon, eu digo, se o governo não
atrapalhar já está dando uma mão. E disse mais, quem faz a estabilidade é o
próprio empregado. Vejam que frase lapidar, e é verdade. O Sr. César Rogério
Valente, “a estabilidade no emprego, precoce, como está sendo proposta, poderá
inviabilizar o crescimento e desenvolvimento econômico do País”. Diz mais o Sr.
Valente: “a esquerda está mobilizada” e digo eu, esquerda festiva, os
gatos-pingados que só fazem barulho, que só querem anarquia, só querem baderna.
Digo eu, não diz o César, que é um homem de nível elevado e não entra neste
nível como eu entro. Digo eu, os gatos-pingados que só fazem barulho e só
querem baderna, a esquerda festiva que se mobiliza para fazer barulho. E disse
mais, o César: “espera que o bom senso impere, na votação do texto
constitucional, para que não vigore a influência nefasta da esquerda política”.
Agora falo eu sobre o comércio lojista. Como disse o Ver. Mano José, fui
Secretário do Município e tive uma convivência das melhores com os Senhores,
visando ao bem comum de Porto Alegre.
E, aqui, de público, agradeço, mais uma vez, pois em todas as
solicitações que fiz ao comércio lojista fui atendido. Inclusive, há algo que
peço ao Sr. Prefeito neste discurso de saudação, mas que é válido, porque Porto
Alegre precisa disso: recebi duas balanças do comércio lojista, uma para o
Mercado Público e outra para ser móvel e fiscalizar o peso e a qualidade dos
produtos no Mercado Público que, ao que sei, está desativada. O Nelson Bock me
doou essas balanças quando Presidente e nós implantamos em Porto Alegre um
sistema que foi muito bem-visto pela população na época.
Agora, Senhoras e Senhores, a propósito do sábado inglês -
impropriamente chamado de sábado inglês, porque na Inglaterra se compra,
inclusive aos domingos, especialmente em Londres - o famigerado sábado inglês
que, de maneira errada está sendo defendido pelos comerciários. Digo isso
olhando nos olhos deles e já o disse algumas vezes em algumas rádios, pois eles
confundem jornada de trabalho com horário de funcionamento de loja, que é coisa
completamente diversa. A jornada de trabalho, agora, foi reduzida, pelos
comerciantes e empresários, para 44 horas semanais. Pois muito bem, dentro
dessas 44 horas semanais defendam a jornada de trabalho, agora, não podem
impedir que o empresário abra o seu estabelecimento, isso é iniciativa privada.
E comunico aos empresários que está tramitando nesta Casa um Projeto de minha
autoria liberando o comércio até nos domingos e feriados. Isso é para dar mais
empregos aos comerciários que de uma maneira errada lutam pela redução da
jornada de trabalho. A jornada de trabalho é uma coisa. Redução de horário de
funcionamento de loja é muito diferente. Há pouco tempo os bancos não reduziram
o horário e quantos milhares de funcionários foram demitidos? Por isso ao
comunicar aos empresários que este meu Projeto visa, simplesmente, deixar a
livre iniciativa trabalhar em paz, Sr. Sehbe Simon, esperando que mais empregos
sejam gerados, sendo o que os senhores têm feito ao longo desses 50 anos.
Por isso na comemoração desses 50 anos, na certeza de que a luta vai
continuar, lá na Constituinte, aqui em Porto Alegre, nós solicitando ao
comércio lojista sempre alguma coisa e sempre somos atendidos. Agora estou com
uma outra idéia de criar guaritas nos quarteirões e vou apelar aos lojistas
para que coloquem essas guaritas nos quarteirões dando segurança à população e
as lojas em conseqüência, mas sempre apelando ao comércio lojista que sempre me
atendeu de maneira fidalga e digna e pode contar com o voto deste Vereador pela
livre iniciativa porque se não fosse assim eu não estaria no Partido Liberal.
Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Convido o Ver. Cleom
Guatimozim, como Vereador mais antigo na Casa, a assumir a Presidência dos
trabalhos.
O SR. PRESIDENTE (Cleom
Guatimozim):
Pela Bancada do PDT, fala o Ver. Brochado da Rocha.
O SR. BROCHADO DA ROCHA: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, meus Senhores, minhas Senhoras, recebi a honrosa incumbência do
líder da minha Bancada, Ver. Cleom Guatimozim, para lhes saudar.
Quero, ao saudá-los, dizer que compreendemos, todos nós, a atividade
dos senhores. A atividade dos senhores que passa por todo um processo produtivo
onde os senhores representam o fator terminal deste processo de produção. Deste
processo de produção alinhado ao processo estabelecido no País sobre como o
País deva produzir e após comerciar é que está em jogo neste momento e
exatamente no cinqüentenário do Sindicato está em debate.
Queiram os senhores, da nossa parte, receber o nosso apreço, vai o
nosso carinho e vai junto com ele algumas das idéias que cultuamos ao longo da
nossa vida pública. Bem compreendemos o que representa o comércio desde o seu
surgimento lá na antigüidade, bem conhecemos os processos de produção e bem
conhecemos os debates. E aliás, dizia o Sr. Prefeito de Porto Alegre. Dr. Alceu
Collares, que S. Ex.ª, se exercia a Prefeitura de Porto Alegre, o que é
honroso, estava perdendo ele a magnífica oportunidade de fazer parte da
Constituinte que sem dúvida S. Ex.ª não só abrilhantaria mas poderia dar uma
ampla contribuição nesta área. Nós sabemos que nós herdamos um país difícil
onde não podemos afirmar que se há efetivamente um processo privado que
funcione como tal ou um processo público que funcione como tal. Nem podemos de
outra forma encaminhar soluções tratando os desiguais de forma igual, num país
tão desigual. Por isso, nós entendemos as suas angústias porque os senhores no
dia-a-dia têm aquele convívio com a população e ouvem os clamores desta
população quando o País passa por uma crise nunca antes vista, quando atinge o
seu menor salário-mínimo na sua história. Evidentemente, eu não poderia deixar
de referir isso, mas ao mesmo tempo os senhores que trabalham no dia-a-dia com
a nossa população e com a nossa gente sabem, mais do que eu, mais do que
qualquer um de nós que estamos a homenageá-los, das dificuldades, das agruras
do povo brasileiro. Na verdade, alguns colegas colocaram assuntos peculiares na
relação de trabalho, nós gostaríamos de neste momento enfatizar que a Legislação
Trabalhista como um todo representou num determinado momento um avanço, mas ela
estagnou no tempo e depois foi sucateada pelo Dr. Roberto Campos e outros, que,
ao invés de proporcionar um avanço nas relações de trabalho-capital, provocaram
o contrário, um retrocesso. Hoje, nós não sabemos, rigorosamente, se contamos
com o nosso Fundo de Garantia, hoje não sabemos com o que contamos, se contamos
com as nossas aposentadorias, quer sejamos empregados ou empregadores. Também é
verdade que contávamos com uma carga horária mais agravada do mundo, também é
verdade que países tidos e compreendidos como altamente capitalistas não
ofereciam uma hora numa jornada de trabalho tão longa e sobretudo tão
discriminada. Há que se temer nesta hora e há que se refletir nesta hora que o
Brasil divide-se aceleradamente entre possuídos e possuidores e que cada vez
mais nesta ênfase dada neste momento da quadra brasileira, todos nós estamos a
clamar por segurança individual quando, em verdade, deveríamos construir uma
Nação. Mas estamos construindo um regime que se encaminha, por cada um de nós,
a ter uma segurança ao seu lado. Tais e tão grandes são as iniqüidades sociais,
juntas, é claro, que não poderíamos deixar de referir como aquela coisa própria
que é uma civilização que avança, que se entrelaça com o mundo urbano que, por
si só, já traz, em seu bojo, um conteúdo forte de violência. Por tudo isso,
repousa, ora sobre, ora sobre os Senhores as lamentações.
Nós, como Vereadores, o Prefeito como Prefeito, os Senhores que ouvem o
clamor das pessoas, as dificuldades do dia-a-dia e que servem esta Cidade de
Porto Alegre, abastecendo-a, hão de compreender que, neste momento e ato, em
que pese sua solenidade, em que pese sua festividade, devemos refletir sobre a
fome que grassa nas ruas, de um lado, sobre as crianças abandonadas, de outro,
sobre mil projetos que do Brasil afora são, hoje, lapidados na preocupação
imensa, como, já, em São Paulo, se fazem até escolas em praças para os
desvalidos. Isso os Senhores, tenham a certeza, podem ensinar a nós, políticos,
mais do que possam imaginar. Não desejamos uma sociedade onde o poder público
seja omisso, mas não desejamos uma sociedade onde o poder público avance contra
aqueles que têm criatividade, trabalho e garra como empregadores, mas também
estamos a clamar que o poder público cuide e zele pelo seu maior patrimônio,
que é a gente de nossa terra.
Por isso, nós trazemos, Srs. homenageados, as inquietações próprias de
quem vive numa cidade, uma cidade hoje violenta, uma cidade difícil, mas uma
cidade que sobretudo se vê despojada de instrumentos capazes de deter este
processo de marginalização violenta e acelerada.
Hoje somos mais de 20% de pessoas que vivem em sub-habitações, hoje nós
somos mais de 30% de carentes nesta Cidade. Por tudo isto é que tomo a
liberdade em nome do meu Partido, e falando por delegação de seu Líder, e em
nome pessoal, de dizer que é chegado o momento de conferirmos a realidade,
olhos nos olhos, da relação trabalho e capital que se encaminhou muito mal neste
País, e que nós, herdando o Brasil-Colônia, tentamos continuar com este modelo
e esta fórmula inaceitável da relação. E, dentro desta relação, quero
enfatizar, os senhores são os primeiros e são os últimos, e são sempre, aqueles
que sentem angústias e as dificuldades de viver nesta nossa terra.
Mas, queiram os Senhores receber, não só as homenagens formais, mas,
sobretudo dizer que precisamos juntos examinarmos com eqüidade e construirmos
uma Pátria, onde todos nós possamos viver com igualdade, fraternidade, e
sobretudo com profundo carinho humano.
É este carinho humano que vos transmito e vos abraço.
Muito obrigado. E que estes 50 anos sejam um marco para novas buscas e
novas conquistas. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A palavra com o Ver. Flávio
Coulon. V. Ex.ª falará em nome do PMDB.
O SR. FLÁVIO COULON: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, minhas Senhoras e meus Senhores, não é difícil para um neto de
mascate e sírio, que veio da Síria para fugir da miséria, e que aqui se
transformou num grande comerciante, nesta Nação generosa, Nação brasileira; não
é difícil, também, para um filho de comerciante, minha mão foi comerciante,
teve uma lojinha de uma portinha e uma vitrine, saudar esses 50 anos do
Sindicato dos Lojistas do Comércio de Porto Alegre.
E, saudar com muita alegria, porque ao me lembrar do meu avô e da minha
mãe, nos idos de mil e novecentos e poucos. Vivi dentro de lojas, quando os
comerciantes trabalhavam sozinhos e isolados. E, não é difícil ante a alegria
de ver hoje, por exemplo, os jornais, o “Jornal do Comércio”, praticamente a
página inteira, a da frente, prestigiando a classe do comércio na medida em que
ela deve prestigiar. Passamos a fase do comerciante isolado e existe, hoje, uma
categoria vibrante e consoante e que faz valer a sua voz e que sabe valer a sua
força, porque realmente tem força, merece ser ouvida e tem que ser ouvida.
Também não é difícil, como representante do PMDB, ver saudar a nobre
classe dos comerciantes e o Sindicato do Comércio. Eu tenho dito sempre que uma
das grandes alegrias que têm no PMDB é que é um Partido de patrões e de
empregados, é um Partido de comerciantes e de comerciários, de industriais e de
industriários. É um Partido que não faz diferenças. É um Partido que procura
realizar, dentro do possível a síntese de todos aqueles que contribuem para a
grandeza desta Nação, procurando contrabalançar as naturais divergências e as
naturais diferenças que cada uma dessas profissões têm.
Apesar de não ser difícil, realmente, eu me sinto de uma certa maneira,
em termos do Governo Federal, em uma situação pouco à vontade e reconhecendo
que se este Governo do Presidente José Sarney, realmente, é um Governo do PMDB,
eu não tenho como deixar de pedir desculpas à classe empresarial, porque,
realmente, o que este Governo tem atrapalhado a classe empresarial, é algo que
nos deixa, como membros do PMDB, angustiados e em uma situação bastante
incômoda. Eu repito a frase cotada pelo Ver. Jorge Goularte e de autoria do
comerciante e Cidadão Emérito Alberto Sehbe Simon, que se o Governo não
atrapalhasse tanto, as coisas iriam, realmente, para os seus lugares e eu quero
deixar aqui, em um “mea culpa”, como integrante do PMDB, as nossas desculpas,
porque, realmente, aqueles setores que entendem o papel de empresariado e que
existem dentro do PMDB, não têm conseguido fazer valer a sua força e sua voz.
Esse Governo tem realmente interferido demais na iniciativa privada e por
interferir demais não deixa que as coisas se acomodem como devem e como fatalmente
se acomodariam. Falo como neto e filho de comerciante: não há atividade
produtiva que possa se projetar se dia após dia as regras do jogo estão a
mudar. O comerciante não consegue fazer o preço para a semana que vem e arca
com o ônus, perante a opinião pública desses desmazelos todos. De modo que esta
“mea culpa” faço com a consciência tranqüila de que realmente é uma falha que o
PMDB nacional tem que assumir. O PMDB nacional está falhando, já que é o
condutor da política econômica, no sentido de dar aos setores produtivos da
nação, pelo menos, uma tranqüilidade de seis meses.
Em torno das questões que foram aqui levantadas e que dizem respeito à
Constituinte, eu tenho a esperança de que assim como disse um representante dos
comerciantes, se não me engano o Dr. Cézar Valente de que no final o bom senso
prevalecerá. Quer me parecer que estas primeiras escaramuças que estão
acontecendo em termos de Constituinte deverão com o tempo ir para os seus
devidos lugares e a tranqüilidade e bom senso irão vigorar. Porque irão
vigorar? Justamente porque os industriais e comerciantes conscientes do seu
papel na sociedade brasileira terão que ser ouvidos como estão sendo ouvidos
também a classe assalariada. Eu não atribuiria setores, como disse o Ver. Jorge
Goularte, de esquerda, esses avanços, entre aspas para uns e, reais para outros
que estão se conseguindo e que de uma certa maneira têm desagradado à classe
patronal. Eu entendo que este é um processo dinâmico em que vai haver avanços e
recuos e tenho a certeza absoluta que com a presença maciça de forças, de
agregação, de massa crítica que têm os setores empresariais, nós chegaremos,
sem dúvida nenhuma, àquele bom senso que satisfaça às atividades empresariais e
às atividades obreiras deste País.
Finalmente, eu pediria ao ilustre Presidente do Sindicato dos Lojistas,
Henrique Guerchmann, que levasse aos seus sindicalistas a palavra de saudação
do PMDB, a palavra de esperança do PMDB e a palavra de agradecimento do PMDB
por tudo o que esta classe fundamental para a economia e para o bem estar desta
Nação tem feito por esta mesma Nação. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Brochado
da Rocha):
Com a palavra, o Sr. Henrique Guerchmann.
O SR. HENRIQUE GUERCHMANN: Sr. Presidente, Srs. Vereadores,
um misto de emoção, felicidade e gratidão é o sentimento que vivemos neste
momento.
A iniciativa do nosso prezado amigo Vereador Artur Zanella, apoiada por
todos os componentes desta coleada Câmara e as manifestações que acabamos de
ouvir dos representantes das diversas bancadas que compõem esta Casa, nos
sensibilizam e fazem aflorar os sentimentos que experimentamos nesta hora.
Das homenagens recebidas e das manifestações que ouvimos, colhemos a
certeza do reconhecimento por esta Câmara do trabalho desenvolvido pela
entidade mater do comércio lojista porto-alegrense ao longo de meio século de
existência.
O lojista dentro das atividades empresariais, é sem dúvida, o mais
ligado à comunidade em que atua. Quando a estagnação ou recesso sufocam a
economia e a população se debate com dificuldades, o lojista é o primeiro a
sentir o problema.
No seu contato diário com a população, ouve seus anseios, suas
preocupações, participa do seu otimismo e do seu desencanto.
O lojista deve ter vocação para ser comunicador.
O lojista vende bens e para isso deve ter uma capacidade de entender o
cliente e de sentir suas necessidades e suas preocupações.
Daí Senhores Vereadores, a afinidade que temos com os integrantes dessa
Câmara, como lídimos representantes da comunidade onde atuamos.
Por isso entendemos a homenagem que nossa Entidade acaba de receber.
Agradecemos aos ilustres Edis, as referências aos fundadores do nosso
Sindicato.
Indiscutivelmente a fundação do Sindilojas a 18 de outubro de 1937
concretizou uma velha aspiração da classe dos lojistas, e teve a iniciativa dos
senhores José Serrano, Leopoldo Geyer, Leopoldo Gaelzer, João Daniel Pothoff,
Leonardo Perna e Victor Hermann. Vinte e duas firmas da época participaram da
Assembléia de fundação, dirigida por André Serrano, secretariada por Elbio
Pereira da Silva e tendo como Consultor Jurídico o Dr. Arlindo Rodrigues de
Mello. Eleito seu primeiro presidente, André Serrano lançou as bases da
Entidade mater do comércio lojista, traçando as diretrizes de sua atuação, que
resultaram na esplêndida realidade de hoje.
Seu desenvolvimento foi fruto do trabalho continuado, da dedicação
inigualável, da visão extraordinária de seus dirigentes, que no passado lhe
nortearam os grandiosos destinos.
São passados 50 anos de dedicação na defesa dos interesses de seus
associados, tanto coletiva como particularmente, dando-lhes assistência por
meio de seus serviços, que instalados sucessivamente, foram sendo ampliados e
melhorados de molde a acompanhar o crescimento do seu quadro social:
Consultoria Jurídica, Serviços Técnicos para Firmas, Departamento de Recursos
Humanos, Comunicação Social e por último a Unidade Médica-Odontológica, que
atende os titulares das firmas associadas e seus departamentos.
Desde os primeiros dias de sua fundação o Sindicato dos Lojistas se
caracterizou por sua ação na defesa dos interesses da classe e da comunidade,
tendo sido pioneiro em diversas iniciativas. Nunca limitou-se a defender os
interesses de seu associados, como pessoas jurídicas, mas preocupou-se sempre
também com os homens que as dirigem, e diversas foram as iniciativas de caráter
social.
Para finalizar, queremos deixar registrado nos anais desta Casa, os
agradecimentos da Diretoria do Sindicato dos Lojistas do Comércio de Porto
Alegre e por extensão das 7.000 firmas do comércio lojista que oficialmente
representa, aos ilustres membros desta colenda Câmara Municipal, que tantos
exemplos de maturidade político-administrativa tem oferecido à sua comunidade,
voltada que está sempre para os interesses maiores da Cidade que representa.
A todos os senhores a nossa gratidão e a certeza do permanente apoio da
coletividade lojista a todas as iniciativas desta Casa, no sentido do interesse
maior da nossa “mui leal e valerosa” Cidade de Porto Alegre.
Sr. Prefeito, Srs. Vereadores,
agora falo e faço um apelo de improviso, em nome da classe lojista, em nome do
povo de Porto Alegre: cuidem o sábado inglês, não deixemos fechar, vamos dar
liberdade de trabalho aos sábados, domingos, feriados, seja como for, cuidemos
amplamente dos interesses dos trabalhadores. Nós mesmos, dirigentes sindicais,
lutaremos para que nenhum empresário faça o trabalhador trabalhar mais daquilo
que for necessário e suficiente. Mas deixem livre o comércio. O comércio,
principalmente no momento em que está numa situação difícil.
Então, Srs. Vereadores, pensem nesta situação, pensem na situação em
que se encontra o povo de Porto Alegre, em que estão os comerciantes com suas
dificuldades, para que num momento desses haja uma votação sobre um Sábado
Inglês, haja um fechamento, voltaremos ao tempo do primitivismo, seremos uma
província e estaremos com as nossas firmas subindo ladeiras para pagar em
cartório seus títulos, por falta de numerário. Pensem bem, pensem no
trabalhador, mas pensem também nos nossos comerciantes que estão lutando dia a
dia e que têm suas duplicatas, seus compromissos, seus ICMs, seus tributos em
geral. Fora daquilo que eu trouxe por escrito, falei desta maneira, comovido
por esses grandes representantes desta Casa que falaram tão bem, e que falaram
na liberdade de trabalho. Esta é a grande democracia, a liberdade sem
prejudicar trabalhador.
É um apelo que faço em nome de 7 mil lojistas. Vamos cuidar disto. Não
é brincadeira. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Uma vez mais saudamos os
senhores que se fizeram presentes, e a Mesa, em nome da Casa, em nome pessoal,
de vez que cometeu um erro muito grave ao não registrar a presença neste
Plenário do ex-Vereador Reginaldo Pujol que teve sempre uma militância política
oposta à nossa, mas recebe de todos os pares desta Casa um carinho enorme e um
afeto, sem dúvida, inquestionável. Divergimos em tudo do Ver. Reginaldo Pujol,
mas convergimos em tudo no afeto que temos e esta Casa tem por S. Ex.ª quando ele
retorna a esta Casa dando uma alegria enorme a quem está nela. Minhas senhoras
e meus senhores, tendo falado os oradores que representavam as Bancadas com
assento nesta Casa, queremos agradecer as presenças de V. Sas. assim como do
Exmo. Prefeito Municipal. Dou por encerrado os trabalhos, convocando os Srs.
Vereadores para a reunião ordinária de amanhã.
(Levanta-se a Sessão às 17h48min.)
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